Influência de sistemas agroflorestais sobre a condição hidrológica de bacias hidrográficas
Nome: ELIANE MEIRE DE SOUZA ARAUJO
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 22/07/2019
Orientador:
Nome |
Papel |
|---|---|
| DIOGO COSTA BUARQUE | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| DIOGO COSTA BUARQUE | Orientador |
| MARCO AURÉLIO COSTA CAIADO | Examinador Interno |
| MARCOS FRANKLIN SOSSAI | Examinador Externo |
Resumo: Os sistemas agroflorestais (SAFs) fornecem uma série de serviços ecossistêmicos
hidrológicos associados à cobertura florestal natural. Por esse motivo, a adoção de sistemas
agroflorestais é incentivada em diferentes países, sendo aplicados, por exemplo, em projetos e
programas de incentivo à restauração das paisagens e desenvolvimento sustentável, como é o
caso do Programa Reflorestar, no Espírito Santo. Entretanto, observa-se, por um lado, uma
carência de estudos que investigam e quantificam impactos de sistemas agroflorestais sobre os
componentes do ciclo hidrológico das bacias hidrográficas e, por outro, a necessidade de
difusão do conhecimento e percepção dos benefícios associados a estes sistemas, para que a
restauração das paisagens florestais seja difundida no território. Neste contexto, o presente
trabalho busca avaliar a influência de SAFs sobre a condição hidrológica de bacias
hidrográficas, por meio de indicadores obtidos a partir de variáveis do modelo SWAT, com
vistas a ampliar o conhecimento acerca da adoção desses sistemas sobre a disponibilidade
hídrica. Foram simulados cenários de: a) aumento da cobertura florestal por SAFs; e b)
diferentes arranjos dos sistemas, com base nas tipologias vegetais existentes na área de
estudo. Foram definidos como indicadores da condição hidrológica: a fração da precipitação
que contribui para a vazão (𝑊𝑌𝐿𝐷/𝑃𝑅𝐸𝐶); contribuição da água subterrânea para vazão
(𝐺𝑊𝑄/𝑊𝑌𝐿𝐷); contribuição do fluxo lateral para vazão (𝐿𝐴𝑇𝑄/𝑊𝑌𝐿𝐷); contribuição do
escoamento superficial para vazão (𝑆𝑈𝑅𝑄/𝑊𝑌𝐿𝐷); e a fração da água da chuva que percola
para alimentação dos aquíferos rasos e profundos (𝑃𝐸𝑅𝐶/𝑃𝑅𝐸𝐶). O estudo mostrou maior
influência dos SAFs sobre a dinâmica subterrânea, com aumento da recarga de aquíferos rasos
e profundos, bem como aumento da contribuição do fluxo de base para as vazões, para
cenários de adoção de até 42% de SAFs. A contribuição do escoamento superficial para as
vazões reduziu em até 22% com o aumento da área de adoção de SAFs. As variações foram
menos significativas quanto aos diferentes arranjos de SAFs, contudo, os resultados
apontaram que cenários com predominância de estratos médios e altos provocaram maior
alteração para os indicadores avaliados. Portanto, o aumento da cobertura de SAFs produziu
influência na condição hidrológica, sobretudo na dinâmica das águas subterrâneas e
escoamento superficial. A contribuição para as vazões foi mantida no horizonte de tempo
avaliado. Além disso, o modelo SWAT se mostrou uma ferramenta capaz de auxiliar na
avaliação dos efeitos da adoção de SAFs com vistas à provisão de serviços ecossistêmicos,
contribuindo para maior conhecimento acerca dos benefícios hidrológicos associados a estes
sistemas, com potenciais subsídios às políticas de incentivo de aumento da cobertura florestal.
